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Janeiro 13, 2021
Lavanda
Hoje apetece-me escrever, na realidade nos últimos tempos tem-me apetecido, mas a preguiça e inércia é tão grande que não escrevo nada.
Dou por mim confrontada com o dilema, escrevo no blog, escrevo no caderno, qual a melhor hora para escrever, vou escrever sobre isto ou sobre aquilo e chego ao final do dia e vou dormir sem escrever.
Hoje decido fazer diferente, como aprendi em tempos com uma dica da Rita da Nova, hoje decidi colocar um timmer no telefone e começar a escrever, sem roteiros e sem pensar demasiado no assunto.
Ontem uma das coisas que eu queria escrever era sobre medo, é muito fácil falar de medo de coisas concretas, como tenho medo de morrer, tenho medo de aranhas, tenho medo de cair, mas não é bem desse medo que eu queria refletir aqui, era sobre aquele medo velado, o medo que se impõe em uma hierarquia.
Vejo muitas vezes no meu trabalho as pessoas ficarem caladas porque não querem confrontar os "chefes", e atenção eu trabalho em uma empresa em que a hierarquia é bem flat, os sócios trabalham lado a lado com qualquer pessoa da equipa (o alarme do timmer tocou aqui), mas mesmo assim parece que as pessoas têm medo de dar as suas opiniões e afirmar que algo que um dos chefes diz não está bem.
Talvez esteja só iludida, mas às vezes dou por mim a pensar que no meio de todos os meus medos, esse não é um deles, sou sempre muito opinativa e se tiver que dizer a um chefe ou colega que está mal, quer seja o mais simples erro ortográfico, quer seja uma opinião mais estruturada, lá estou eu a mandar vir. Houve tempos em que quis moderar mais o que dizia e acima de tudo a forma como o fazia, mas acho que foi esta forma de ser que me trouxe até ao sítio onde estou hoje. Sei que no meio de tantos defeitos e falhas, esta caraterística é algo que quero levar comigo como uma qualidade que me puxa para ir mais longe.